terça-feira, 8 de abril de 2014

Um tribunal de Paris condena Julen Mujika e Intza Oxandabaratz

Ontem, o Tribunal Correccional de Paris condenou Intza Oxandabaratz a dois anos de cadeia e Julen Mujika a cinco, acusando-os de «ligação à ETA». Foram ambos detidos em 13 de Dezembro de 2011 em Donibane Garazi, por alegada relação com um esconderijo encontrado em 2009. Na semana passada, 25 autarcas e 60 eleitos de Garazi, Baigorri e Oztibarre pediram que I. Oxandabaratz «não voltasse a ser presa» e que J. Mujika «fosse libertado o mais rapidamente possível».

Quando foi detida, Intza estava grávida de cinco meses, e em Março de 2012 foi libertada com medidas cautelares. Seguiram-se múltiplas mobilizações para reclamar a sua liberdade, e muitos eleitos de Nafarroa Beherea posicionaram-se a seu favor. Três semanas depois de ser libertada, nasceu o filho de Intza e Julen.
Julen Mujika passou pelas cadeias de Osny, Villefranche sur Saone e Seysse, tendo denunciado «maus-tratos». Intza Oxandabaratz, que foi a julgamento em liberdade, terá de regressar à cadeia, uma vez que tinha pendente uma condenação de 2007, que agora, com a reincidência, se torna efectiva. / Ver: kazeta.info

DEPOIS DE 5 ANOS NA CADEIA, IKER ESPARZA LIBERTADO
Os presos políticos bascos que não têm cidadania francesa costumam ficar proibidos de pisar território francês - habitualmente, são expulsos e conduzidos ao Estado espanhol. Por isso, hoje de manhã a família e os amigos de Iker tomaram o caminho de Madrid. Contudo, Iker foi libertado na capital do Estado francês, onde apanhou um comboio. Esperava-se que chegasse a Euskal Herria pelas 18h00.
O habitante do bairro pamplonês da Txantrea foi detido em Maio de 2009, tendo passado os últimos anos na cadeia de Bois D'Arcy, a 900 quilómetros da sua terra natal. Nos anos de presídio, teve de enfrentar a política prisional concebida pelos estados espanhol e francês contra o EPPK, de que são exemplo as autorizações para as chamadas telefónicas ou os entraves à aprovação das visitas de amigos e familiares.
Passou quatro anos em prisão preventiva, antes de ser julgado e condenado a seis anos por pertença à ETA, e, apesar de continuar na mesma cadeia, quiseram-lhe cortar os horários das visitas. Para que tal não ocorresse, levou a cabo várias lutas. Os seus familiares e amigos tinham de fazer muitas centenas de quilómetros para o visitar, e mais ainda porque o irmão de Iker, Joseba Esparza, se encontrava na cadeia de Puerto III (Cádis). / Ver: ahotsa.info