quarta-feira, 30 de julho de 2014

A Etxerat faz balanço da situação dos presos no primeiro semestre do ano

A Etxerat apresentou hoje em Donostia o balanço que faz da situação dos presos políticos bascos no primeiro semestre de 2014. Neste período, as condições de vida dos presos não melhoraram, por comparação com o ano passado; pelo contrário, «continuaram a piorar», assim como a dos próprios familiares.

A Etxerat também se referiu ao facto de os presos estarem «cada vez mais longe» do seu meio familiar, social e cultural. De acordo com os dados hoje fornecidos, o Colectivo de Presos Políticos Bascos é composto actualmente por 472 membros, que se encontram dispersos por 76 cadeias. Treze encontram-se completamente isolados e 35 estão encarcerados há mais de 20 anos. «A tudo isto há que juntar», nestes seis meses, «a morte de Arkaitz Bellón», preso político natural de Elorrio (Bizkaia), «a 1000 quilómetros de casa, quando faltavam poucos meses para ser libertado».

Os representantes da associação de familiares e amigos de presos políticos bascos acrescentaram que, nestes primeiros seis meses do ano, nenhuma presa ou preso foi transferido para Euskal Herria – há cinco nas cadeias do País Basco. Houve múltiplas transferências de presos bascos neste semestre – 64 –, mas nenhuma para os levar para Euskal Herria.

A propósito da política de dispersão, a Etxerat recordou que os familiares e amigos andam há 25 anos nas estradas, fazendo milhares de quilómetros todos os fins-de-semana para efectuarem as visitas. Nestes 25 anos, a dispersão provocou 16 mortes; e este ano já fez oito acidentes.

Os membros da Etxerat criticaram ainda o acosso a que são submetidos pelas forças policiais e apontaram múltiplas violações dos direitos dos presos: a violação do direito à saúde; os insultos, provocações e agressões físicas por parte de funcionários prisionais, da Guarda Civil e de agentes da Polícia; ou a impossibilidade de estudar (desde 2003 que os presos políticos bascos não têm direito a estudar na UPB).

Para a associação, a melhor novidade deste período foi «o passo firme dado pelos refugiados», na sequência do qual alguns já começaram a regressar a casa. / Ver: Berria e etxerat.info 1 e 2

3 DE AGOSTO, CONCENTRAÇÕES NAS PRAIAS
Para denunciar a política de dispersão que é aplicada há 25 anos aos presos políticos bascos, a Etxerat convocou mobilizações para dia 3, ao meio-dia, em várias praias da costa basca. São as seguintes: Donibane Lohitzune e Hendaia (Lapurdi); Donostia, Orio e Deba (Gipuzkoa); Ondarroa, Lekeitio, Ea, Mundaka, Bakio, Plentzia e Muskiz (Bizkaia).