quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Situação «cruel» de Andoni Zengotitabengoa abordada no Parlamento de Gasteiz

Iera Abadiano, mulher do preso elorriarra Andoni Zengotitabengoa, a psicóloga de uma das suas filhas, Haizea Barandiaran, e o seu advogado, Iñaki Goioaga, compareceram, hoje, na Comissão de Direitos Humanos do Parlamento de Gasteiz para falar sobre a situação de Andoni na cadeia de Monsanto, em Lisboa. Sublinharam que se trata de uma situação «cruel» e pediram ajuda aos deputados.

A mulher de Andoni Zengotitabengoa (Elorrio, Bizkaia) explicou que este se encontra há cinco anos na cadeia de alta segurança de Monsanto (Lisboa, Portugal) e que, apesar da atitude «impecável» que mantém, vive uma situação «cruel»: é revistado dez vezes por dia, passa 22 horas por dia fechado na cela, tem problemas respiratórios cada vez «mais graves» devido à humidade do estabelecimento prisional.

Iera destacou também a dificuldade que os familiares têm para visitar Andoni, uma vez que, para além de terem de fazer 900 km até Lisboa e outros tantos no regresso, só os mais directos o podem ver. Neste aspecto, referiu-se em particular à situação das duas filhas, ambas menores, que apenas podem estar com o pai uma vez por ano, num espaço de «quatro metros quadrados, com mau cheiro e sujo», e vigiado por um polícia armado. Esta situação provoca «insegurança e ansiedade» às crianças e uma delas precisa de acompanhamento psicológico.

Iera pediu que Andoni seja enquadrado num outro regime prisional e que se respeite o direito dos familiares a visitá-lo; solicitou ainda aos deputados que promovam uma iniciativa semelhante à moção aprovada na Câmara Municipal de Elorrio, de onde Andoni é natural, em que se pedia a alteração do regime em que se encontra.

Iñaki Goioaga, advogado do preso, denunciou a situação «cruel, degradante e desumana» em que se encontra, mais ainda quando o seu comportamento é considerado «exemplar», também pelo director da prisão. Do ponto de vista jurídico, revelou que a única pena que Zengotitabengoa tem de cumprir é em Portugal, uma vez que as penas a que foi condenado em Espanha prescreveram. E considera não haver «qualquer elemento objectivo» para manter o Andoni numa cadeia de alta segurança. / Ver: naiz e Berria [Na foto de baixo: Iera Abadiano no uso da palavra; à sua esquerda, o advogado Iñaki Goioaga.]