quarta-feira, 20 de maio de 2015

Familiares de jovens imputados pedem aos partidos que se envolvam no fim da tortura

Mães e pais de jovens perseguidos, torturados e encarcerados nos últimos dez anos deram uma conferência de imprensa em Iruñea, ontem, 19, para defender o trabalho dos seus filhos, afirmar que as únicas provas contra eles se baseiam na tortura e pedir aos partidos políticos que se envolvam na luta para acabar com este «pesadelo».

«Depois de termos tido conhecimento da última sentença, não podemos ficar calados, pois estamos fartos. Fartos de que se encare a questão de forma ligeira e se questione o recurso sistemático à tortura», afirmaram. Os seus filhos estiveram incomunicáveis, cinco dias em poder da Polícia, sem contacto com pessoas da sua confiança nem assistência dos seus advogados. E negam ter feito declarações por sua vontade: «Porque se iriam incriminar sabendo que isso representa anos de prisão?», perguntaram.

Afirmaram estar orgulhosos dos seus filhos e apoiá-los «na sua luta por uma sociedade mais justa, igualitária, solidária». «Não aceitamos a condenação e muito menos detenções que consideramos ilegais e injustas», referiram. «Estamos com Xabat, Ainhoa, Marina, Bergoi, Igarki, Aiala e Ibon, e revoltamo-nos contra tantos abusos».

Os pais disseram ainda que, unidos, conseguirão «acabar com este pesadelo» e desafiaram os partidos políticos a colaborarem com eles, fazendo do «fim da perseguição política e da tortura» uma prioridade. «Não é possível olhar para o lado e deixar que nos calabouços de um Estado que se diz democrático se perpetue uma prática que evidencia precisamente que não o é», sublinharam, lembrando que dez jovens de Iruñerria foram julgados há pouco, também acusados de pertencer à Segi, e que esperam pela sentença. / Ver: ahotsa.info / Comunicado: «O LAB denuncia as detenções de Igarki, Ibon e Aiala, bem como a violenta intervenção da Ertzaintza» (eus / cas)

Violência policial contra o Muro Popular de Gasteiz [mohr]violência policial vs. coragem e dignidade: três horas resumidas em 22 minutos. / Mais vídeos: «Torturas públicas na Praça da Virgem Branca» (lahaine.org)