sexta-feira, 3 de junho de 2016

Os «quatro de Otxandio» afirmam que não se fez justiça e defendem o direito à memória

Miren, Amaiur, Aitor e Asier, que foram julgados, dia 2, na AN espanhola, como «malfeitores», clamam que a «memória pode ser e é castigada, mas jamais poderá ser roubada».

Luzia Urigoitia (Otxandio, Bizkaia) foi assassinada em Julho de 1987, em circunstâncias que ainda hoje continuam por esclarecer. Desde então, os seus conterrâneos pediram, ano após anos e de diferentes maneiras, que esse esclarecimento tivesse lugar.

«28 anos depois, em 2015, a sua memória tornou-se um crime porque alguém assim o decidiu», afirmam, numa nota conjunta, acrescentando: «Era preciso prender alguém e dar uma lição, com o propósito de se libertarem de qualquer responsabilidade».

Foi por isso que, no dia 2, tiveram de ir até à Audiência Nacional, como «malfeitores», enfrentando penas de dois anos e meio de prisão, nove anos de inabilitação e 7200 euros de multa. Considerando o despropósito solicitado pelo Ministério Público, aceitaram a proposta de redução para dois anos – evitando assim a entrada na cadeia –, oito anos de inabilitação e uma multa reduzida.

Ainda assim, os «quatro de Otxandio» consideram que não se fez justiça e que, «muito menos, se permitiu a memória e a convivência». / Ver: lahaine.org