quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Nos 100 dias da greve de fome rotativa pela libertação dos presos doentes

Ontem, 30 de Novembro, a greve de fome rotativa que está a decorrer em várias prisões chegou ao seu centésimo dia. Numa nota, o Movimento pró-Amnistia e contra a Repressão (MpA) recorda como surgiu a iniciativa e sublinha a sua atitude de apoio.

Foi Aitzol Gogorza, preso político basco doente, que a 6 de Agosto iniciou, no cárcere de Basauri (Bizkaia), uma greve de fome por tempo indeterminado. Com esta luta, que apenas conseguiu manter durante seis dias, Aitzol quis sublinhar que a doença que o afecta e a prisão são inteiramente incompatíveis.

A sua situação, como a de outros presos bascos doentes, é gravíssima, mas os estados espanhol e francês impõem-lhes uma pena de morte disfarçada; a alternativa que têm é arrepender-se ou morrer. A greve de fome de Aitzol fez soar os alarmes, na medida em que se tratava de um preso doente que decidia avançar para uma medida extrema como é a greve de fome, com todas as consequências que isso podia ter para a sua saúde debilitada. Surgiram várias reacções e iniciativas.

Em Etxarri, dois ex-presos estiveram em greve de fome durante 20 e 25 dias; também na localidade navarra, uma manifestação que se destacou pela firmeza face às proibições foi fortemente reprimida pela Guarda Civil; a 18 de Agosto, os presos bascos na cadeia de Huelva deram início a uma greve de fome rotativa.

Na mensagem que divulgaram, os presos sublinharam a exigência da libertação dos presos doentes, a importância de alertar o povo para a necessidade de se mobilizar e a importância que as ruas, a pressão e a força popular têm na concretização dos objectivos por que se batem.

Atitude do MpA
Desde o início, o MpA apoiou esta luta, que não é uma iniciativa sua, mas promovida por vários presos políticos. Na nota que divulgou, o Movimento pró-Amnistia afirma que se trata de «uma luta legítima e exemplar», e que, tal como os presos bascos em Huelva, também o MpA «entendeu que a verdadeira luta tem de ser travada nas ruas».

Por outro lado, o MpA critica, «por incompreensível», a atitude que diversos agentes políticos e órgãos de comunicação bascos mantêm relativamente a esta greve de fome rotativa, ou seja, o seu silenciamento.

Há uma campanha que diz que «o que não se relata não existe», mas esta luta, apesar da tentativa de negação da sua existência, existe realmente, de tal modo que, ontem, atingiu o seu centésimo dia: «100 dias de fome, luta e solidariedade», sublinha o MpA. / Ver: amnistiAskatasuna 1 e 2