quinta-feira, 21 de setembro de 2017

«Imobilidades»

[De Manuel Gouveia] É que para esta «modernidade» apanhar um transporte público – um autocarro, um comboio, um táxi – não é «partilhar», não é «utilizar um bem em vez de o possuir». Não! Mesmo um serviço público de partilha de carros, como possuía a Carris e foi mandado encerrar, não é «partilhar».
Para o Ministério do Ambiente, o que é moderno, o que vai resolver os problemas da mobilidade, é recorrer a «prestadores de serviços» e a «intermediários» para utilizar um transporte individual. O que em si já é errado, mas mais errado fica quando se sabe que essa «economia de partilha» é, no mundo real do capitalismo, uma zona franca para todo o tipo de fraudes, para a exploração e precariedade mais desenfreada, para alargar o domínio das multinacionais a novos sectores, como acontece com os modelos de negócio tipo «uber». (avante.pt)